Preservar a cultura de um povo é eternizar a história desse povo, os valores desse povo, a memória desse povo. Infelizmente os valores culturais têm sido distorcidos.
A cultura popular é a maior riqueza que um povo pode ter, e fico triste quando vejo esta sendo tratada de forma incoerente, de forma distorcida, de forma errada. É plausível a ação da Prefeitura Municipal de nossa cidade em tentar resgatar os nossos valores culturais através das danças, músicas, artesanato, teatro e tantas outras artes. Mas é triste presenciar uma contrariedade tamanha no querer fazer cultura. Este 1º Festival de Cultura Popular, que até a semana passada era o “Caju Fest”, revela que não são todas as prefeituras que estão preparadas, ainda, para desenvolver um projeto com tamanha importância. Como é que um evento trás o nome de Festival de Cultura Popular, e apresenta como atração principal a banda Saia Rodada. Questiono, que valores culturais tem essa banda pra apresentar? Se não os de fazer apologias a drogas, sexo, orgia, temas encontrados na maioria das músicas que a banda apresenta. São muitos os cantores e bandas que de fato representam a nossa cultura, e digo mais, bem mais barato do que estas atrações do dia 09, como exemplo Os Nonatos, Flávio José, Alcimar Monteiro, nando cordel, e tantos outros. É bom que se reveja esse conceito de Cultura Popular. Há um grande paradoxo (contradição) em realizar dois dias de apresentações culturais (diga-se de passagem, muito boas, ricas em conteúdos, cores e coreografias) e fazer um encerramento com bandas que deram ao forró, uma visão descartável, uma forma plástica, um meio de promover a depravação (não sou moralista, só estou defendendo a cultura).
Ouso a encerrar este artigo com um trecho do poema do Camões que resume muito bem o que sinto. “...é um contentamento descontente”.
Assinado: Júnior Campos
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